quarta-feira, 18 de abril de 2007

Tô melhorando....

É, até que minhas estatísticas estão melhorando... Já postei duas vezes em menos de 1 mês!! Assim é que a coisa anda!!
Mas hoje tô trazendo um texto novinho em folha. Fiz dia desses quando estava conversando com uma grande amiga (beijo pra vc, viu?) e ela me falou de uns problemas estomacais e tal... Parece loucura mas quando ouvi esse nome (Flora), foi como se uma daquelas luzinhas dos personagens de desenho animado tivesse acendido na minha cabeça! Bem legal isso, adoro esses estalos! Então, sem mais blablabla, olha o bichinho ai!!

Ps.: Devido a problemas de saúde, consegui bolar uma nova série para meus textos!! Cara, tô muito feliz e vou ficar mais ainda se conseguir pôr em prática a ideia q estou na cabeça (surpesa...). Em breve vem novidade ai... Agurade(m)!!

Flora, você está morta!

Olha pela janela, conta mais outro. Agora são oito... não, nove! É, nove postes contabilizados. Todos eles brancos, límpidos, como espadas de luz fincadas naquele chão de concreto. Imagina um mundo sem postes, sem luz nem concreto. Tudo escuro, negro, apagado. Ausência e vazio. Silêncio. O locutor avisa sobre uma promoção que sorteará ingressos para uma baladinha no fim de semana. Mais uma canção é anunciada em seus ouvidos. Ela prefere mudar de estação, aquela não mais a agrada. Porém rapidamente percebe que as outras rádios se parecem bastante com a que ouvia. O mundo e suas coincidências... Tudo é realmente ao acaso? Aquele ônibus, aqueles postes, o sorriso do motorista seguido do bom dia quando subira na condução... Pasteurização... Uma maquete gigantesca... Decidiu descansar.

Enquanto estava de olhos fechados, não pensava em outra coisa se não naquela visita sombria. A secretária, os móveis, a sala de espera... E se não fosse verdade? Afinal de contas, nenhum relatório é absolutamente perfeito. Ele ali, por detrás daquela redoma de mármore não poderia ser Deus. Deus é um cara mais ocupado, não fica por ai destruindo os sonhos das pessoas... Sonhos... Será que aquele homem os tem? Se os possui, poderia imaginar o quão dolorosos para mim seria escutar tal diagnóstico! É, vai ver ele realmente não é humano, mas uma máquina... Malditos cientistas! Como é mesmo a frase... algo como “produzimos nossos próprio coveiros”. Deixa pra lá, não há nada o que fazer. Flora, você está morta. Um belo nome de filme, não seria? Mas por que logo eu? Sempre me cuidei direitinho, nada de excessos, exercícios regularmente, blá, blá, blá. A vida é mesmo um saco! Agora sinto como se um polvo me sufocasse por dentro, seus imensos tentáculos a digerir-me por inteiro... Bela metáfora para algo tão trágico, deprimente. Flora, você está morta. Opa, chegou a minha hora. Pediu parada e desceu.

Caminhou até a porta de casa como se levitasse. Sentia-se purificada, límpida. Tudo é tão diferente. Olhe essas cores, esse céu, as crianças com toda a inocência de uma idade tão bonita... Estou tão poética... Mas por que logo comigo? Se eu soubesse que iria ser assim... Pensando bem, que graça teria se eu já soubesse de tudo? Aço que não posso reclamar. Como é mesmo aquela outra frase... Ah: “Vim, vi e venci”. Belíssimo epitáfio! “Ela, que veio a essa vida, viu os obstáculo e venceu-os”. Imagino a reação das pessoas que vierem visitar meu túmulo.

Depois de abrir as portas de casa, prepara seu banho. Agora era hora de higienizar seu corpo, prepará-lo para a eternidade. Lembrou dos rituais egípcios, admirava-os. Respeito ao corpo e a mente, ao físico e ao espiritual. O que devo fazer agora? Sentar e esperar meu destino? Debater-me e chorar copiciosamente? Algumas das duas opções servirá para alguma coisa? É preciso esclarecer: Flora, você está morta.

Decidiu, então, deitar-se. Não esperaria por nada, nem choraria, nem escreveria carta de amor ou ódio, não repudiaria seu passado, nem seu presente. Não pediria clemência aos céus nem castigos eternos ao inferno. Não recordaria os momentos bons, nem os ruins. Aguardaria calmamente o desfecho de tudo aquilo, a resolução, o ato final. Afinal de contas, a única verdade existente no mundo naquele momento seria: Flora, você está morta...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Atualização (pô...)

Rapaz, tá fogo isso aqui. Um amigo meu disse, dia desses, q se eu naõ mudar meu nick no msn (lá diz q o blog está atualizado...) vai me processar por calúnia e difamação!! Em homenagem a vc, grande homem, tô postando outro textinho das antigas, do tempo q eu ainda... Ah, deixa pra lá... Essas coisas de idade só complicam... hehehe. Vamo nessa q se n o bonde para!! (Ps.: Tô acabando de digitatar um outro texto q fiz dia desses em homenagem a uma grande amiga minha. Aguardem...)

Conversa de Barbearia

Tudo bem, devo concordar que o título não é lá essas coisas. Afinal de contas, mais parece plágio da antiga expressão já consagrada no país do futebol, da cachaça e, por que não dos mensalões e mensalinhos: Conversa de botequim. Porém, afirmo que a constatação trazida por mim nesse texto é de extrema importância. A barbearia, espaço de valia inigualável para a intelectualidade mundial, sofre com o descaso dos estudiosos e das autoridades locais. Mas ainda há esperança.

Quem, mesmo nos áureos tempos de criança, não teve os cabelos cortados por aquele senhor de sorriso aberto, bigode bem aparado e mãos rápidas como uma lebre? Para mim, no entanto, não passava de um assassino muito bem treinado, capaz de cortar-me o pescoço a qualquer momento. Lembro-me bem de todas as birras e mal-criações; todos os empurrões bem aplicados. Pobre Seu Souza... E o melhor de tudo é que, sempre no final de toda aquela sessão de tortura, ainda eram oferecidas saborosas guloseimas. Que premiação!

Contudo, ao passar por essa tempestuosa e necessária fase (diriam os psicólogos...), comecei a enxergar a figura do bondoso e paciente barbeiro com outros olhos. Transformara-se em uma espécie de sábio, um profeta. Ainda não há quem consiga me explicar como conseguem conversar sobre tantas coisas! Se o assunto é futebol, sabem de todos os resultados do fim-de-semana. Política (vale ressaltar: Internacional e Nacional!), economia, fofocas das novelas... Quanta disposição! Acho que por isso não há quem resista a uma boa prosa de fim-de-tarde acompanhada daquele cafezinho bem quente que só lá é servido.

Bolsões de vida. Guetos humanísticos. Em um século marcado pela instantâniedade dos sentimentos, pelos encontros virtuais e efêmeros, uma relação baseada em sorrisos e apertos de mão parece algo fora de cogitação. Fica a deixa: Preservemos a Barbearia, tão cheia de vida que até o próprio nome já ordena: RIA.